segunda-feira, 11 de abril de 2011

Um nada tão profundo que parece supreficial

Seria possível desenhar este vazio?
Ser seria, mas eu sou uma merda a desenhar.
Podia escrever , mas sou igualmente uma merda com as palavras.
Procuro consolações perdidas , e deparo-me nas entrelinhas com os erros do passado em palavras novas, e em homens novos.
Encarno diariamente numa personagem que detesto, mas que é a unica que conheço bem o sufeciente para representar.
Procuro-te em todos eles, em cada noite em cada toque, odeio-me por te amar tanto.
E por procurar tanto e apenas encontrar pedaços de ti,que encontro; provavelmente parasitas em mim reflectidos neles.
Perguntam-me a toda a hora porque me estou a rir, se eles soubessem o que vai na minha cebça desmaiavam.
è tudo tão pouco:
é pouco o sexo
é pouco o cigarro
é pouca a conversa
ainda menos o entendimento.
Que puta de consolação.
a consolação é uma puta prudente
mantem-se imovel estática
ainda assim consegue impedir-me de viver
morra a consolação a prudência e o medo
morra o mundo, morram as pessoas, morra tudo, morra PIM!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A vontade

Assim que escrever passou a ser uma coisa que eu tenho de fazer, perdeu todo o fascínio.
Até agora pelo menos, em que a necessidade de expor a minha falta de vontade de escrever por obrigação me fez escrever.
Parece que desde o momento em que eu tenho de escrever um texto a ser apresentado numa data a um publico já nada jorra de dentro.
Todas as coisas quotidianas e pequenas se tinham apoderado das temáticas dos meus textos...Estavam mais que cheios de lugares comuns, cheios de algo que eu realmente não queria escrever

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Também há ai interesse, mas eu não tenho nada a ver com isso!

Não sou nem quero ser a ultima coca-cola do deserto.
Sabia-te uma pessoa de humor negro, agora desconhecia o facto de gostares de necrofilia!
Boa sorte ai na relação/ralação.
Eu até estava feliz quando sabia o quê, e não o quem!
Decadente....

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Final Feliz

Todas as histórias deveriam ter um final feliz. e esta é uma delas.
Ela foi para Paris com ele.
no primeiro mês passaram fome.
no primeiro ano passaram frio.
no segundo ano passaram dificuladades.


Ela chegou a casa, ele como sempre a escrever num canto do cubículo.
Ela entrega-lhe dinheiro, muito dinheiro.
não havia maneira de conseguir-lo de forma decente
e por isso ele recusou-se a perguntar de onde vinha.
Começou a vê-la sair cada vez mais arranjada, e cada vez mais tarde.


Num belo todo o esforço foi compensado, ele tinha sido finalmente convidado para escrever contos para uma revista.
Nesse mesmo dia ele chegou a a casa e ezegiu-lhe que ela parasse com aquela vida,
ele agora podia pagar as contas.
prometeu também que nunca se esqueceria do sacrifício dela.


Reconhecido, aclamado, a fama do nosso autor não parava de crescer.
Nova casa, nova cara, novos temas, perda de qualidade.
A presunção já não deixava transparecer o espírito irreverente que outrora cativaria a qualquer um que o lesse.
A frustração do nó criativo acumula-se á depressão da falta de originalidade que cada vês mais encontra nas suas obras.
Tudo isto dá origem aos mais variados falhanços artísticos e até íntimos
que os fazem voltar a condição de pobres artistas infelizes.
A mulher ao ver-se passar privações novamente, ao fim de alguns dias diz que sairá, e que nessa noite trará uma solução.
Veste-se caprichosamente e sai. Ele que apenas a vê sair arranjada, desconhecendo o que ela ia fazer assim como em tempos desconhecera mas sabia.


Quando volta a casa encontra-o estendido no chão morto.
Ela tinha ido a editora do amante e tinha conseguido com as suas primeiras obras o contrato da edição das mesmas.
A história do autor que morreu de desgosto por a sua obra não ter vingado ecoava por todos os cantos da cidade.
Passaram pouco mais que 3 dias do funeral e ela recebeu um telefonema, damos-lhe muito dinheiro por qualquer manuscrito do seu falecido esposo.
A palavra esposo soava-lhe mal mas ela promete procurar e leva-los ao editor assim que possível.
Não podia estar mais feliz, ele tinha ido mas a obra tinha ficado, todo o seu universo literário ia ser deixado como um legado para o mundo que ele já não habitava.


Ao procurar os manuscritos ela depara-se com cartas que demonstravam bem o que ele andava a fazer com a senhoras intelectuais parisienses enquanto ela estava em casa.

Pensou em fazer como a Heda e queimar os manuscritos.
Pensou ainda em ficar com as obras dele e as edita-las em seu nome.
Continuou apesar disso a ler sadicamente cada pormenor e a organizar as coisas para levar a editora no dia seguinte.

Ela nunca entendeu que ele não a traiu, e que aquilo eram cartas que ele escrevia a varias projecções dela própria , pois durante o tempo em que ela se prostituía por ele, ele ao imagina-la possuída por outros, não encontrava sentido maior que esperar por ela alimentado a memória e a paixão com cartas apaixonadas que ela nunca leria.

Ficaram os dois equivocados.
Mas os seus nomes atravessaram gerações juntos.
Nos livros dele com os prólogos dela , que nem depois das cartas descobertas, continham uma única réstia de ressentimento.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Já sei Tréplev

Já sei Tréplev, já descobri, que depois das luzes, depois do texto, depois dos figurinos, e depois dos aplausos, só ficam as pessoas. As pessoas são a única coisa real no teatro.
E quando as portas da propriedade do Sórin se fecharem eu não quero sair sozinha.

domingo, 30 de janeiro de 2011

S M Q L D T A P A M

Só o aquecedor
Me embala na noite insuportavelmente fria
Quero acreditar na teoria do amor ideal que longe e ausente persiste
Lembrar, só. É nada.
De ti uma mancha fotografica tão negra tão marcada que nada poderá apagar aquela mancha.
Porem vivo num suor nojento de um leito engordurado ardo em corrupção, noivando e amando numa pocilga suja.Basta de divagações. passemos ao concreto. lembrara-me-ei...
(pausa extraordinariamente longa)
Elevar a dor torna isto mais significativo apenas para mim
e assim sendo e conhecendo como te conheço não o devia fazer
só perco mas eu não consigo não escrever sobre isso.
Consigo não falar
consigo não pensar
mas não consigo não escrever.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Gaivotas

27,28,29 de Janeiro- Leões.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Meta-não sei que II

conheceu-a a saída do avião,tiveram uma escaldante noite de sexo, e depois dessa muitas durante os 15 dias de férias. Voltou a vê-la no funeral, morreu com HIV 6 meses depois.Ele não se apaixonou por ela, mas ela deixou-lhe uma marca para o resto da vida.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Meta-qualquer-coisa

Ela liga o Gps, ele fuma um cigarro.
X Nunca gostou de conduzir, muito menos com tudo o que tinha bebido, grita com ela, grita muito com ela. Grita tanto com ela e fixa-a tão friamente com o olhar pensando o quão burra e desprezível que ela é por não decorar um caminho de regresso, que passa um sinal vermelho em pleno marquês do pombal. Tiveram ambos morte imediata.
Ele não a amava, mas morreu com ela.