quinta-feira, 28 de agosto de 2008

minha terra


tardes da minha terra doce encanto
como eu vos quero e amo tanto tanto horas bem ditas leves como penas
horas de fumo e cinza horas serenas horas de dor em que sou santo



feixo as palpebras roxas quaze pretas que pouzam como duas violetas
azas leves cansadas de voar
e minha boca tem uns beijos mudos e minhas maos uns palidos veludos
que traçam gestos de sonho pelo ar




Árvores do Alentejo Horas mortas...
curvadas aos pés do MonteA planície é um brasido...
e, torturadas,As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol postonte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,

Esfíngicas, recortam desgrenhadas

Os trágicos perfis no horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:


-Também ando a gritar, morta de sede,



Pedindo a Deus a minha gota de água!

Florbela Espanca

domingo, 3 de agosto de 2008

E AMANHA JÀ NÂO ME LEMBRO

Se eu pudesse escrever sem erros e coisas bonitas para te darem prazer ao ler a não gozares comigo depois

Se eu pudesse despertar algum interesse em ti a não ser o a cima referido(note-se que não é o ler as minhas coizas)

Se eu pudesse não ser só isto só olhares só pensamentos só boquinhas ridículas numa defesa desnecessária

Se eu pudesse dizer um pouco mais do que isto já soa a uma melodia gasta ao teu ouvido

Se eu pudesse rebobinar a cassete para traz tinha aceite a boleia, há já um ano.

Se eu pudesse n teria perguntado pela medeia mas sim pela fedra ou pela cate.

Se eu pudesse não ir para Londres para o Alentejo para o México para Espanha para o inferno que me carregue.

Se eu pudesse ser um pouco mais do que isto

Se eu pudesse faria por ti tudo o que não posso

E se eu pudesse voltava a ouvir "I have got you under my skyn",na única voz em que soa bem!



MALDITO LIVRO
Que me fez lembrar de ti

Eu não queria juro que não queria mesmo.

sábado, 2 de agosto de 2008

O 'Artista' que matou um cão à fome e lhe chamou ARTE








Como muitos devem saber e até ter protestado, em 2007,

Guillermo Vargas Habacuc, um suposto artista,

-colheu um cão abandonado de rua,
-atou-o a uma corda curtíssima na parede de uma galeria de arte
-e ali o deixou, a morrer lentamente de fome e sede.














Durante vários dias, tanto o autor de semelhante crueldade, como os visitantes da galeria de arte presenciaram impassíveis à agonia do pobre animal. Até que finalmente morreu de inanição, seguramente depois de ter passado por um doloroso, absurdo e incompreensível calvário.

Pois isso não é tudo: a prestigiosa Bienal Centro americano de Arte decidiu, incompreensivelmente, crueldade que acabava de ser cometida por tal sujeito era arte, e deste modo tão incompreensível Guillermo Vargas Habacuc foi convidado a repetir a sua cruel acção na dita Bienal em 2008.

Facto que podemos tentar impedir, colaborando com a assinatura nesta petição:http://www.petitiononline.com/13031953/petition.html

Aos que realemnte fazem arte e a entendem colaborem o quadrado branco em quadrado branco foi o mais longe que pudemos chegar.