domingo, 29 de março de 2009

sexta-feira, 27 de março de 2009

D.M.D.T.

FELIZ DIA CAROS CORLEGAS!
FELIZ DIA GENTE ESPECIAL DO TEATRO!


International Theatre Institute / Institut International du Théâtre ITI
iti@iti-worldwide.org / www.iti-worldwide.org

Dia Mundial de Teatro - 27 Março, 2009

Augusto Boal

Todas as sociedades humanas são espetaculares no seu cotidiano, e produzem espetáculos em momentos especiais. São espetaculares como forma de organização social, e produzem espetáculos como este que vocês vieram ver.

Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de idéias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!

Não só casamentos e funerais são espetáculos, mas também os rituais cotidianos que, por sua familiaridade, não nos chegam à consciência. Não só pompas, mas também o café da manhã e os bons-dias, tímidos namoros e grandes conflitos passionais, uma sessão do Senado ou uma reunião diplomática – tudo é teatro.

Uma das principais funções da nossa arte é tornar conscientes esses espetáculos da vida diária onde os atores são os próprios espectadores, o palco é a platéia e a platéia, palco. Somos todos artistas: fazendo teatro, aprendemos a ver aquilo que nos salta aos olhos, mas que somos incapazes de ver tão habituados estamos apenas a olhar. O que nos é familiar torna-se invisível: fazer teatro, ao contrário, ilumina o palco da nossa vida cotidiana.

Em Setembro do ano passado fomos surpreendidos por uma revelação teatral: nós, que pensávamos viver em um mundo seguro apesar das guerras, genocídios, hecatombes e torturas que aconteciam, sim, mas longe de nós em países distantes e selvagens, nós vivíamos seguros com nosso dinheiro guardado em um banco respeitável ou nas mãos de um honesto corretor da Bolsa - nós fomos informados de que esse dinheiro não existia, era virtual, feia ficção de alguns economistas que não eram ficção, nem eram seguros, nem respeitáveis. Tudo não passava de mau teatro com triste enredo, onde poucos ganhavam muito e muitos perdiam tudo. Políticos dos países ricos fecharam-se em reuniões secretas e de lá saíram com soluções mágicas. Nós, vítimas de suas decisões, continuamos espectadores sentados na última fila das galerias.

Vinte anos atrás, eu dirigi Fedra de Racine, no Rio de Janeiro. O cenário era pobre; no chão, peles de vaca; em volta, bambus. Antes de começar o espetáculo, eu dizia aos meus atores: - “Agora acabou a ficção que fazemos no dia-a-dia. Quando cruzarem esses bambus, lá no palco, nenhum de vocês tem o direito de mentir. Teatro é a Verdade Escondida”.

Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, gêneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida.

Assistam ao espetáculo que vai começar; depois, em suas casas com seus amigos, façam suas peças vocês mesmos e vejam o que jamais puderam ver: aquilo que salta aos olhos. Teatro não pode ser

Atores somos todos apenas um evento - é forma de vida!
nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!

Augusto Boal

quinta-feira, 19 de março de 2009

L

uma cadeira já sem tinta numa varanda de uma casa abandonada. Nada mais nem menos que isto!
Ressequida do sol de todos os Verões que passaram, podre da chuva de sucessivos Invernos rigorosos.

Absolutamente acompanhada dos parasitas que a devoram, dos passaros que a fazem parecer escatologica.
E Pessoas que se sentem nela, que disfrutem de uma boa refeição, apoiadas no seu colo?
Que leiam grandes livros recostadas no sei peito?...tudo isso se foi no dia em que ele foi...

Deram as 4 voltas do Trinco e tudo ficou ecuro dentro da casa, e dentro de mi!

quarta-feira, 18 de março de 2009

PAI

Tendo em conta que eu sempre enfrentei isto da melhor maneira possível, não entendo este meu rasgo repentino de melancolia.
Mas hoje é dia do pai, mas também não e por isso que me estou a demora mais do que o costume quando penso em ti, ou quando para mi e em mi comunico contigo.
Lembrei-me hoje de um mail que me mandas-te na época da morte do meu avo( tenho a ideia de que a ultima vez que te vi foi no funeral dele) e tive necessidade de o ir ler, está a ser estranho para mi lidar com isto agora. Tendo em conta eu achar a tua morte um episodio completamente ultrapassado na minha vida.
E já com lágrimas nos olhos penso que nos nunca fomos pai e filha, que nunca te disse que te admiro imenso, que te admiro como homem, pois como pai nunca te conheci.
Sinto falta de ter uma fotografia tua, nem isso tenho. Sinto falta do livro da Florbela espanca dos teus cães da avó daquela casa, da esperança que acho que tinhas em mim.
E choro outra vez por ti, por mi, pela efemeridade das coisas .Por teres sido tão grande e tão inteligente e isso não te ter feito nunca seres feliz.

Leio o teu e-mail e mais uma vez e pergunto-me: porque é que não te respondi?
Porque é que não te amei? E porque é que não sou eu feliz…

E leio o teu mail como se me estivesses a consular pela tua própria morte. E sorrio no meio de lágrimas.
"
(Sem Assunto)‏
De: Luís Rodrigues (lfpippe@hotmail.com)

Enviada: sexta-feira, 6 de maio de 2005 0:20:24
Para: tuguinh@hotmail.com
Boa noite Vanda.
Reparei agora que entraste online. Desculpa a minha maneira de teclar mas não estou muito habituado à Vossa.
Espero que te estejas a aguentar o melhor possível.
Este mail é só para tu saberes que o lfpippe sou eu.
Um beijo do teu pai!"

sexta-feira, 6 de março de 2009



só porque hoje me deixas-te orgulhosa.