quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

B.A.


Quem mais carente do que alguém que manda os outros saírem
Quem mais quer chorar do que quem manda os outros calar-se
prendo-as em casa porque não vos quero perder ,e, é quando vos prendo ,que vos perco, que vos perco.
silencio
guarda as lágrimas para quando estiveres sozinha (porque é isso que eu faço)
Adela!Adela! (Lágrimas nos olhos e n posso chorar porque? porque?)

A mais digna
A mais Educada
A mais forte
A mais esperta

(Tudo, tudo se vai )

Abandona-me apaga a luz e vê chorar quem ontem sorria
choro de raiva choro sem calma choro perdida
limpo as lágrimas atenta ao que os outros pensam tranco-me no quarto limpo as lágrimas imploro para que a dor passe rápido enquanto sou mulher e choro.



PORQUE È QUE NÃO CONSIGO TIRAR A MASCARA


"A culpa disto é das línguas do mundo"
vivem vida dos outros sem querer saber da sua
só lhes importa a minha e tua
o tempo corre a
vida escorre
felicidade foge




OUVIRAM_ME SILENCIO JÁ DISSE



SILENCIO e muita merda*******************

2 comentários:

Anónimo disse...

A Arte de Representar
A base da representação é a falsidade. A arte do ator consiste em servir-se do drama do autor para mostrar por meio dele a sua capacidade de interpretação. A peça é como uma barra onde o actor mostra as suas habilidades ginásticas. É apenas limitado pelas condições necessárias de uma barra: pode fazer com ela apenas um número limitado de coisas, mas pode fazer de mil formas individuais.
A representação, repito, tem todo o atractivo de uma falsificação. Todos adoramos um falsificador. É um sentimento muito humano e completamente instintivo. Todos adoramos a trapaça e a imitação. A representação une e intensifica, por meio do carácter material e vital das suas manifestações, todos os baixos instintos do instinto artístico — o instinto do enigma, o instinto do trapézio (...). É popular e apreciado por estas razões, ou antes, por esta razão.
A sede de glória do artista é feita carne na sede de aplauso do actor. Todo o aparecimento em público é baixo. Todas as assembleias são multidões, e se não suadas de corpo, pelo menos suadas de emoções.
Todos os espíritos grosseiros adoram falar. Ser falador é já por si vulgar. A única coisa que torna a verbosidade interessante é a profanidade e a obscenidade, pois estas coisas vão "a carácter" com ela. A verbosidade, sem palavras sujas e frases grosseiras é feminina e, portanto, vulgar.

Fernando Pessoa, in 'Ideias Estéticas - Da Literatura'

Sofia disse...

Tive pena de não poder ter visto nenhumas das Bernardas este ano, mas gostei desta tua abordagem. Há muitas discussões à volta desta personagem e este texto, a meu ver, explora com simplicidade e clareza pontos importantes.

Já não desejo muita merda para isto porque vou tarde, mas para o próximo que aí venha, ainda vou a tempo. Muita merda!